sábado, 22 de agosto de 2015

Aparatos

Foto: Pinterest


Eu me vejo nele,
tão lúcida
Loucamente penso
Dispo sua pele
e as roupas
Irrompem-me desejos

Cerco seus olhos
Visto uns aparatos poéticos
Manipulo aquela mente
Astuta
Caio em algum declive

Deslizo as mãos curvas
evoco umas falas abruptas
Como
e me deixo comer

Eis nossa fúria
Descontrolados e presos
Alçados ao alto da língua
Gozamos

Sós dedos em segredos
Mais que íntimos.

Joice Furtado