segunda-feira, 27 de maio de 2013

O preço, peso do bom

Foto: Web

Uma hora você se cansa
de dar a cara a tapa
virar a face
      estender a mão
      ao próximo
      coitado que vê
      será você
      um tolo?

      Medindo palavras
      remoendo ideias
      acumulando beatitudes
 
      do outro lado da moeda
      há um ser individual-
      i(n)sta!

      Pobres dos morais!
      O mundo é podre
      e logo se constata o risco
      Não mais puros. O que é isso?
 
      - a velha obsessão
      das páginas do Livro
      de aconselhamento da vovó
      onde o bom tem o Reino dos Céus
      e o mau é submetido
      - ao fogo, é fato:

                    perderam-se os avisos
                   vácuo peito
                   compromisso algum
                   é o bastante

      ser andante ou rastejAnte, 
     cavalheiro-
     dama
     ... as peças vão mudando
     tão duras como aço da morte
     cortante
     navalha na carne, essa ainda chora
     por sentir
         - resquício humano

      Resta-lhe recorrer aos
     cacos
     da vida que continua
     nua
     no frio da multidão injusta
     reparando as suas feridas
                              magoadas

      dói
     e o preço é aviltante
     peso na nuca 
     insistente amor
     escorrendo pelos cantos dos olhos

     cansados?

Joice Furtado

terça-feira, 21 de maio de 2013

PoeMatiz


Foto: Web

Quero todas memórias
impressões, afagos, beijos
à palma dos olhos
a poucos passos dos dedos

apreciar aromas líricos
um cheiro por poema
do amoroso ao cínico penar

quantos livros!
universos nas prateleiras
enquanto espano o vário-eu
mobilhando a casa

amando, salivando, acariciando
provocações literárias
nos olhos nus extratos
das folhas, molduras corporais

etéreas
estradas dos homens sãos
tão loucos
abrindo o peito em mágoas
deleites desgostos

esfrego olhos
o ter não é suficiente
vivo o gosto
... provo delícias
              - vontades - 

esparramo meu insano
quase infinito
- desejo 

por costas 
falésias
maraltos 
vejo corais 
sentada à mesa submarina

se ritmado é pouco
ser balanço das ondas vou
entre rendas, liras, espumas
relvas de Whitman, Augusto
dos anjos 
        peço harpa
        fantasio-me

abraço ideias
Amo
grito
salto 
  - de um extremo ao outro - 

PoeMatizo meu rosto
          com pós Versais

Joice Furtado

Web-Livro: Às margens do Insulto - Ed. 1




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Web-Livro: Às margens do Insulto

Série de poemas mastigados - Joice Furtado 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Arrebato - Poema publicado em Vidráguas


Foto: Web

Arrebata-me os meios
termos entregues ao delírio
suave é o teu
íntimo prazer

notas derramadas num corpo
copo de amores tantos
e palavras… infinitudes
sussurras em meu ouvido


não olvides
eu a amo
entre quatro paredes
quarteto de mãos abraçadas
brasas líquidas
queimando queimando
devoras meu estado suspenso
leva-me ao mais dilatado
coração em saltos


eu a amo
embora seja triste dizer:
- a vida é cheia de injustiças! –
carrego tatuadas algumas delas
na pele demarcações
terrenos minados
curam-se com toques bálsamos
suaves linhas odoríficas


exalto mais um vez
impressões lacrimais
hemorrágicas humilhações
dolorosas queimaduras
– são tantos egos! –


pisam sobre minha cabeça
chocalham seus guizos
quando arranco essas peles
reveste-me desejo


encaixada nos aromas
beijos ao final de mais uma tarde
leva meus instantes contigo
tessituras, nós
entre versos e vontades
fluímos juntas, poesia


Joice Furtado 

Poesia Viva! Agradecimento aos amigos Vidráguas, maravilhosos poetas com quem aprendo muito, fontes de inspiração. Em especial à pessoa de Carmen Silvia Presotto, coordenadora do Site-Editora e uma grande amiga. 

Acessem o site Vidráguas e confiram outros poemas em primeira mão! 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Web-Livro Corpoemas Ed. I - Versos Vibrantes



Série Corpoemas - Falam dedos, roçam palavras, chamas de prazer. 


Web-Livro com Poemas Vibrantes - 2013




Joice Furtado