quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Prazer em conhecê-la!

Foto: Web

Quando saia à rua, tinha o costume de se maquiar e perfumar de acordo com o que pensava estar prestes a acontecer. Colocava pulseiras juntamente com brincos compridos, saias ou vestidos de cores quentes, essas que sempre adorou. Nada muito extravagante para ela, e sim, extremamente feminino. Fantasiava a respeito das pessoas que via na rua. Havia uma história para cada um, tal qual um filme em alta-resolução contendo apenas alguns segundos. Eram filmes do "balacobaco", palavra que a avó costumava pronunciar e que repetia sempre às gargalhadas. Na ocasião de um encontro, imaginava a roupa que o indivíduo estaria vestindo, os pensamentos que teria a seu respeito, atitudes tomadas e além. Aproximando-se da hora marcada, uma ansiedade subia por seu estômago, fazia com que o corpo tremesse e as idéias se confundissem em sua cabeça deveras sonhadora. Escutou de dentro do banheiro onde acabava de fazer a maquiagem o celular tocar e vibrar sobre a mesa de cabeceira. Esse aparelhinho que muitos usam para falar, para ela era quase um ícone, um símbolo de liberdade, de ascensão e promoção social, munido com o toque peculiar: a  música Satisfaction  da banda Rolling Stones. Ao atender discerniu a voz de Carlos que falando de maneira apressada disse para ela o encontrar na esquina, pois estava com dificuldades para chegar devido ao congestionamento na avenida próximo a casa dela. Ana desligou o celular e, com um salto, pegou sua bolsinha de paetês  furta-cor dependurada no cabideiro atrás da porta. Lá foi a moça sobre os paralelepípedos com seus saltos brancos agulha, deslizando ao chegar na ladeira em frente a avenida principal. Uma grande ladeira com casas de um lado e do outro. Do alto, via-se o bairro onde Ana morava e os bairros vizinhos, um grande conglomerado que tinha a avenida principal ao meio, essa sempre movimentada. As diversas luzes dos postes de iluminação pública do bairro se juntavam a um turbilhão de outras luzes provenientes de casas, restaurantes, bares, boates e clubes, todos agitados e apinhados de pessoas as quais aproveitavam a noite quente de verão para divertirem-se. Ao se aproximar da esquina, Ana depara-se com Laura e o namorado André dentro do carro dele em frente a casa de Laura. O som do carro estava bem alto e, lá dentro, os dois discutiam e gesticulavam nervosamente. Ao passar por eles, Ana bateu no vidro do carro e deu um tchauzinho ao que os dois ficaram surpreendidos e, acalmando os ânimos, despediram-se. Laura abriu a porta do carro e saiu caminhando na direção de Ana  para perguntar onde ela estava indo naquela hora. Laura, com a voz ainda alterada, dirigiu-se a Ana, procurando não demonstrar todo nervosismo que a acometera devido a discussão com André: -  Onde a piriguete pensa que vai a essa hora da noite hein? - As duas gargalham de forma estridente! -  Vou encontrar com o Carlos. Nós marcamos de sair hoje, disse Ana. Hummm, diz Laura. Então hoje tem. Ana responde: - Não sei! Ele nunca me leva a lugar algum. Agente se encontra, dá uns amassos dentro do carro, aí depois ele me deixa em casa. Você dá muito mole amiga! Diz Laura em tom de deboche. E você? Pergunta Ana: Por que estava gritando com o André? Laura ficou sem graça e, com a voz embargada disse: Amiga, é o André. Ele anda recebendo ligações da Lúcia. Aquela vadia fica mandando mensagem e se oferecendo para o meu namorado. Eu sei que ele dá confiança para ela e, por isso, ela não desiste dele. É uma vagaba que anda com tudo quanto é homem aqui do bairro. Até com o Maurício que é casado, ela estava se enroscando com ele lá no pagode. Ana logo imaginou: Só poderia ser por ciúme que a Laura estava brigando daquele jeito. Mais umas palavras trocadas, as duas se despediram e Ana continuou seu caminho andando meio ofegante a ponto de quase virar o pé, pois um dos saltos prendeu em um vão entre os paralelepípedos.  Deu mais alguns passos e viu parado na esquina o carro de Carlos e ele ao celular. O celular de Ana tocou no mesmo instante e, sorrindo, ela disse: Estou pertinho de você. Olhe para o lado! Carlos virou-se e viu Ana chegando de sainha branca bem coladinha e uma blusa floral vermelha no estilo tomara que caia. De saltinhos agulha e roupinha coladinha! Carlos pensou: - Que delícia essa morena está! Saiu do carro e, para mostrar que era um bom moço, o que era raro fazer já que não era tão bom assim; abriu a porta para a mulher entrar. Ana acomodou-se no banco do carona. Carlos entrou mais que prontamente já esticando as mãos para enlaçar a cintura de Ana. Sorrindo, ele deu um beijo daqueles que deixa zonza a garota mais esperta e despejou a conversa mole: - Poxa gata, você está arrasando hoje! Assim eu fico com ciúme. Esses malandros olhando para você aí pela rua. Um monte de urubuzada de olho na minha moreninha. Se algum deles mexer com você, pode me dizer que eu vou lá acertar as contas com ele. Ana escangalhou de rir de um canto ao outro da boca, aquele sorrisinho travesso, cheio de malícia o qual vinha com o seguinte pensamento: - Mentiroso! Ao mesmo tempo, o lado sonhador de Ana quis acreditar na conversa de Carlos, então sussurrou por dentro: E se for verdade, sua boba? Dá uma chance para ele. Mulheres sempre se deixam enganar quando é do interesse delas e Carlos interessava muito para Ana, principalmente no que dizia respeito ao bolso. Quanto a aparência nem tanto, mas a fama do rapaz era a de ser bom de pica, ou seja, as garotas corriam atrás dele porque além de ter um bom emprego, ele era bom em outros aspectos também. Quanto ao caráter, sem sombra de dúvida, era péssimo, embora nunca admitisse ou, ao menos pensasse que achavam isso dele, mas suas atitudes deixavam bem claro o bisca que era. - Eu sou bom com quem é bom comigo, quanto aos meus inimigos é preferível que nem passem em meu caminho. Além de ser gente boa, eu me considero justo, também gosto das coisas certas e não admito levar desaforo para casa nem que falem da minha vida. Tenho muitos amigos, sabe como é. Qualquer coisa que acontecer para você, para a sua família ou com algum dos meus chegados, eu entro em contato com um daqueles e logo resolvo o assunto.
Carlos perguntou à Ana onde gostaria de ir ao que ela respondeu: - Vamos tomar uma cerveja no bar próximo ao Clube Recreativo, lá na rua da Igreja Matriz. Carlos não costumava frequentar esse bar, mas para agradar a mulher, mesmo que fosse só por aquela noite, fez a vontade dela. Pensou: - Se não a levo a lugar algum hoje, ela não vai querer mais sair comigo, então vou perder para outro. Depois que tiver o que quero, não vou mais precisar agradar ela, aí voltarei quando quiser. Claro, posso voltar mais vezes se for tão bom quanto imagino. Olhou para as coxas de Ana e corrigiu o próprio pensamento: - É rapaz... Que gostosa! Vale muito a pena.
Chegaram ao bar e se acomodaram em uma mesa no canto do estabelecimento. Com um assovio Carlos chamou atenção do garçom que já trazendo o cardápio a tira-colo perguntou o que gostariam de beber. O moço pediu uma cerveja e falou para que Ana escolhesse um tira-gosto para acompanhar. Ana apanhou o cardápio que o garçom havia posto em cima da mesa e questionou: - Carlos, o que você quer comer? - Pergunta infame essa - ao que ele respondeu sem delongas: - Pode ser você? Logo em seguida os dois riram e, com ar de inocência, sem ser inocente coisa alguma, ele disse: - Estou brincando, mas se quiser que seja verdade, estamos aí! Ana sorriu e deu um beijo em Carlos, aproximou-se do ouvido do rapaz e sussurrou a seguinte frase: - Se você fizer direitinho, prometo que também faço valer a pena. O rapaz estremeceu e ficou excitado a ponto de apertar a cintura de Ana diante dos frequentadores do bar. Ela disse: - Calma gato, agora é cedo.
Uma, duas, três, sete, nove cervejas foram consumidas. Carlos e Ana gargalhavam e não tiravam as mãos um do outro. A cada momento, ele a beijava e ela, para provocar, roçava os lábios na nuca dele.
Saíram do bar lá para a meia-noite. Carlos estava meio alto, mas conseguia dirigir já que não eram só nove cervejas que o impediriam de dirigir o seu adorado carro e, principalmente, de levar Ana para algum lugar "mais sossegado". Saíram e caminharam agarrando-se na direção do carro. Ao chegar ao carro, Ana se apoiou no veículo, pois estava um pouco zonza devido às cervejas que havia bebido. Carlos, ao ver que Ana estava  um pouco embriagada, perguntou se ela estava passando mal. Ana respondeu: - Não, Carlos. Estou bem!  Só que hoje está muito quente e exagerei na bebida. Carlos abraçou Ana e os dois começaram a se beijar e apertar junto do porta-malas do carro de Carlos. O automóvel havia ficado em um local de penumbra, longe dos olhos curiosos, embaixo de uma mangueira que impedia que a iluminação pública clareasse bem onde eles estavam. Carlos e Ana continuavam a se apertar e se beijar ali no escurinho. O moço segurava os seios da morena, apertando-os ferozmente, mas de maneira a causar prazer tanto para ele quanto para a mulher. Ana sentiu que Carlos estava ficando completamente excitado, pois ele a segurou pelas nádegas e apertou o volume da calça junto dela.   Ana começava a ficar ofegante enquanto o rapaz alisava suas coxas e apertava forte o quadril dela junto do carro. Carlos, então, ergueu Ana e começou a esfregar o volume em sua saia. Ana estava completamente molhada e sua calcinha rosa já não segurava o líquido íntimo que vazava através do forro. Ana, então, ao perceber que Carlos iria transar com ela ali mesmo, desvencilhou-se do rapaz e foi em direção a porta do carro, arrastando o homem junto dela. Carlos ainda pegou Ana por trás e tentou forçar que ficasse de bruços sobre  capô do carro, ao que ela mesmo achando a ideia maravilhosa, recusou e para que ele não prosseguisse tratou logo de bancar a esperta e fugir das garras de Carlos dizendo que seria melhor que entrassem no veículo pois alguém poderia vê-los. Já dentro do automóvel, Carlos, do banco do motorista, puxou Ana para cima de si e começou a beijar e acariciar o corpo da morena que para subir em cima do rapaz, contorceu-se a fim de que as pernas não enganchassem na caixa de direção. Ali ficaram se tocando e beijando ardentemente, esfregando-se de forma progressiva e pregressa. Os gemidos dentro do carro e o calor ia aumentando a ponto de os vidros ficarem embaçados pela transpiração. Carlos apertava os seios de Ana e o membro em sua calcinha que já estava molhada. Ana ao sentir o membro duro do rapaz, apertava a vulva na direção do sexo dele e rebolava sensualmente. Os dois permaneceram naquele clima de êxtase o qual deixaria excitado até o mais "santo" que passasse naquele local. Já não aguentando mais, a ponto de tirar o membro para fora e penetrar Ana ali mesmo, Carlos imaginou que se fosse flagrado naquelas condições, não teria como se explicar, então convidou Ana para que fosse à casa dele. Ana, sem hesitar, balançou a cabeça positivamente. Carlos morava no bairro colado ao de Ana, umas quatro quadras depois da casa dela. Carlos dirigia rápido. Ana disse para ele: - Tome cuidado cara! Eu quero chegar viva em casa. Carlos disse: - Calma, estamos chegando. Virou a esquina e entrou em uma rua pouco iluminada, pois muitas das lâmpadas dos postes estavam quebradas. Parou em frente a uma casa que parecia estar em reforma. Ana imaginou que a casa estivesse em reforma, pois havia muito entulho na calçada, tijolos a mostra na fachada e no muro. O piso do chão fora arrancado e só estava no cimento. Carlos disse para Ana: - Não repare na bagunça. Estou consertando a casa que comprei recentemente. Era da família de uma amiga da minha mãe só que ninguém quis, pois estava muito ruim. Ana, um pouco ressabiada, respondeu: - Imagine, não sou de reparar a casa dos outros. Você mora aqui sozinho? Sim, Ana, eu moro sozinho. Morava com minha mãe, mas agente tem que aprender a ser virar, não é? Por isso, deixei de morar com a minha mãe e comprei esse "barraco" para mim. Os dois passaram pela sala a qual era minúscula e possuía por mobília apenas uma televisão sobre uma mesinha de pernas de ferro e uma poltrona de dois lugares. Atravessaram um corredorzinho onde havia um banheiro, deparando-se com a porta do quarto. O quarto também era mal iluminado. Ao olhar em volta reparavam-se manchas de dedos na parede, também insetos esmagados os quais pareciam formar uma constelação de corpos sobre a tinta velha que revestia aquela. No canto direito, próximo a porta havia uma poltrona antiga, dessas que imitam couro. Aba reparou que a poltrona pendia para um dos lados, olhou melhor e constatou haver sob ela um tijolo fazendo as vezes de pé. O forro da poltrona era um caso a parte - turquesa - já amarelado nas costas e assento, parecia mais ser verde-limão com turquesa ou só limão. Riu consigo mesma: só mesmo um suor ácido "pra caralho" pode corroer a cor desse jeito. Ao fechar a porta após si, Carlos agarrou Ana por trás, apertando os seios da mulher e mordendo a nuca da mesma deixando-a completamente excitada. Naquele instante, Ana nem se lembrava mais da sujeira nas paredes ou do velho sofá com o enchimento saindo pelos rasgados na lateral do estofamento. Ainda a segurando por trás, fez com que ela se apoiasse na cama, esta que era de madeira, com um colchão também em condições não favoráveis e lençóis gastos. A essa altura, Carlos estava com o membro tão ereto e duro que aparecia a saliência na calça jeans. Ali, ao ver a mulher de costas, com aquela sainha branca apertada, as nádegas redondinhas prontas para serem acariciadas, apertadas, esbofeteadas por sua pélvis que já se movimentava  em ondulações para perto, antecipando o vaivém do sedendo cio másculo. Ana se apoiou sobre os joelhos, oferecendo a sua bundinha ainda de calcinha e dizendo: - Vem, delícia! Vem e mete gostoso em mim! Carlos empurrou a sainha de Ana para cima e arrancou sua calcinha com toda a força, abrindo o zíper da calça jeans e penetrando até o fundo sua boceta ao que Ana soltou um gemido longo, xingou e gritou: Caralho! Me fode assim! hummmm! Com a sainha empurrada para cima e de quatro, Ana mexia-se para frente e para trás. Carlos segurava pela cintura da mulher conduzindo a dança. Um espetáculo de foda. Carlos gemia, metendo o pau em Ana e dizendo: hummmmmm gostosa! Valeu a pena esperar para ter essa bocetinha. Ana entre gozos, insinuou-se ainda mais, empinando a bundinha e dizendo: - É toda sua gato. Me come, me come assim! O quarto com cheiro de mofo e sexo, suava. As paredes agitavam-se salpicadas de pernilongos e outros bichos que observavam o movimento semelhante ao deles, animalescos estavam Carlos e Ana. Ela gemia feio louca rebolando enquanto ele penetrava ela ritmicamente, forte mas com jeito. Um fodedor profissional, não desses que só pensa em se realizar e pronto mas, um macho tipo "AV" de Amante Verdadeiro. Um cara que, sinceramente, todas as mulheres reconheceriam como um safado sem nenhuma correção, porém que sabia o que fazer com uma mulher. Ele tinha o charme, o "borogodó" que elas queriam. Fazia de um jeito que as deixava com vontade de mais. Volta e meia, as garotas batiam em sua porta a sua procura. Agora, Carlos encontrava com Ana todos os finais de semana. Dizia que ela era "sua namorada" e ameaçava os que tentavam aproximar-se dela. Chegou a dar um sacode em Ivan que andava cercando Ana na saída do trabalho. Ana, também, ficava cada vez mais safada a ponto de se esfregar com outros caras perto da casa de Carlos só para ele ficar sabendo e vir tirar satisfação com ela. Com o tempo, os dois foram morar juntos. Era um inferno todos os dias em que  Carlos chegava em casa cheirando a cerveja e com as roupas amassadas. Ana não deixava barato. Ia para a casa da amiga Sônia e lá ficava até pela manhã. As mulheres do bairro diziam que Ana e Sônia eram amantes e que Ana inventava brigas com Carlos para poder ir se encontrar com Sônia, porém isso era falatório do povo. Ana ia para a casa da amiga a fim de reclamar a respeito de Carlos e tramar maneiras de se vingar do namorado. Nas manhãs seguintes a esses episódios, Ana sempre voltava para a casa com uma história na mente e uma maquinação a cumprir. Fazia e acontecia até com os amigos de Carlos, claro, sem que ele soubesse diretamente, mas depois ela se arrependia e a reconciliação acontecia de forma mais quente que as cenas do primeiro encontro, com roupas sendo rasgadas, barulhos no chão e pelas paredes, móveis arrastados, tapas, mordidas e gritos de prazer. Reconheciam ao término de cada maratona de reconciliamento: - Nós somos farinha do mesmo saco. Não valemos nada! Você é uma safada e eu também, por isso nós nos entendemos. Eu te amo minha morena gostosa.

Joice Furtado - 02/01/2013

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