Imagem: Brian Viveros
Na linguagem da guerrainimigo com inimigo
forças unidas
um só propósito
sentidos apurados
degustam entusiasmos
malogradas esperanças
migalhas de lembranças
sangue derramado
ruas tingidas de negro
cinza, rubro-escarlate
vários escombros
o pior dos assombros
é bicho-homem acuado
paranoias, ideologias inventam
histórias mirabolantes
cabeças com distúrbio original
pintam alucinações em cada muro
aproximam a loucura do real
despautério
A guerra só é arte
quando em papel e caneta
usando a mente que aproveita
palavras de ordem e paz
filas de soldadinhos de chumbo
por proteção cometem tanto absurdo
este não é um mundo
é um cela de leopardos
famintos
por petróleo, água, madeira e gás
consomem dos rins ao cérebro e tudo mais
vermes devoradores da carne humilde
sua voz são balas perfurantes
arrotam orgulho e ainda palitam os dentes
Joice Furtado - 10/09/2012
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