Foto: ALMACAN
Mutilados corpos espalham-se
sacos fétidos fora-tumba
aquela putrefação airosa
boca dos espantos mil
comem os vermes seu assombro
assolo com sede este cantil
nem uma gota por sobra
aproveita esse pó modorrento
escarro em seus pensamentos
e rogo com murmúrios
aqui das sombras onde habito
não lhe escutem nenhum grito
ao pagar minha desonra
entre túmulos solo sagrado
levanta ao ar a poeira
morto-vivo o que queira
jamais irá encontrar
grilhões foram trancados
sonhos assassinados
em vilezas jazem
os ex-validos
Joice Furtado - 07/08/2012
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