sexta-feira, 15 de junho de 2012

Semeando os grãos


Foto: Neil Duerden
leio-me só
sozinho quanto estranho
estranh(a)mente poeta
semente faço-me se

com certezas trucidadas
bombas incendiárias
soltas do espaço
conspiro incerteza
e ela me entende

sorri

como a busco tão e quando
sabendo que existe somente
e o saber é o começo

desgraça não é o fim
engrace-se a pensar

tudo o que sempre existirá

o rio passa, tudo passa
a vida também
se você deixa os pés fincados
as marcas sobrevivem ao tempo

palavras lançadas não voltam atrás
voltem os grãos, senões
ao longânimo semeador
até o ladrão, se permitires
voltará
talvezes dos bem(mal)-me-queres

os qualqueres não permitas
jamais

continuem todos ninguéns, sim
ninguéns até o dia da compreensão
compreendendo-isso
então se encontre

supreendido não de(s)preze
na pressa do achado
ao longo do caminho, junto
muito e sozinho
comigo

com outros eu vou
porém ainda consigo
com todos só

pensamentos

formado de todos os nós
destrançados e os que vale a pena ater

Joice Furtado - 15/06/2012

0 comentários: