quarta-feira, 16 de maio de 2012

Ecoando



Deveras não sou tão romântica
nem expressiva ou coisa assim
perdi-me das flores na infância
hoje as vejo e elas seguem
alheias
quando passo pelo jardim

Meu cabelo não-alisado
a química que bebe é pouca
econômicos shampoos baratos

Economizar não é arte, tendência natural
maléfica
dessa atualidade

Cresci numa ânsia louca
De ser grande, grande ser
da comida, da grana, da casa
nada enfim faltou, mas pouca
coisa não se pode acrescer

Aprendi com a vida e ela
ela se desorienta comigo
Até os profissionais perderam
ante a esse ser resumindo-ou
constantemente faminto

Leão na floresta de pedra
finitinha selva do vale
cadê a minha pérola?
Troça de mim, bem sabe
E eu ainda a amo
Cidade

Pra quem me deu um tapa
Não o lamento 
Minha face não é lata
mas ecoo em seu

Conheço bem o sofrimento
Rio-me, gargalho
Perto está o meu momento

É a hora do novo... Uni-verso

Joice Furtado - 16/05/2012

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