segunda-feira, 9 de abril de 2012

O amor não se contém


O amor vai
O amor vem
O amor vaivém de corpos e vãos
encaixados mantêm
O amor que foi
O amor que é ou era
Tudo cuidadoso pondera
O amor de sorte,
de vida e muito mais
Vencedor da morte
Tudo suporta, tudo crê, tudo espera
como dizia o profeta, bíblica e humana-mente

O amor marinheiro
vai e vem das marés, ressaca
de dores na alma, compreensão
costeira procura um cais

O amor barco navegante veloz
marco de partida e chegada
Busca o sentir febril
que segura o tesouro, terno e sublime
como um adeus na alvorada

O amor amado, jamais servil

A paixão prelúdio
de um amor ou só passagem,
quiçá entre multidões 
caminha contigo enquanto vai
entre ruas, avenidas onde vão
olhares que se cruzam
e tantos outros perdidos
sentimentos aparentes
enquanto outros se contêm
julgando afãs inconsequentes.


Escrevinhação inspirada no Poema "O relógio" de Oswald de Andrade.


Joice Furtado - 09/04/2012

0 comentários: