segunda-feira, 23 de abril de 2012

Chove-nhando



Chuvinha quinta
Chuvinha sexta
Sábado e Domingo
Vinha ela
Abro meu guarda-chuva
aparando gotas de insensatez
Angustia da alma faminta
distinta de si 
pouco-nada-distinta
destinada
senhora dos desejos destila
a dor caindo do céu
nesse interior
alma que chora e geme
aceita-rejeita
o gotejar cruel
ainda que necessário seja
caminhar
e é além
isso, em vez de omisso
caminho e lhe digo
Vem!

Chove-nhando em mim
de quando em quando
molhar os sonhos
presentes ali
na chuva

dos rios alegria
tristeza se noite e dia
está a cair

Sobre as copas das árvores
e da mente
florida
floreio os devaneios
considerável-mente
falta do que fazer

remexendo os galhos molhados
sacudindo as gotas presas do quê
na chuva eu sonho
agito-me e acordo
Em meio a tempestade 


Joice Furtado - 23/04/2012

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